quarta-feira, dezembro 13, 2006 |
Pobres |
Um bocadinho mais lá para baixo o Miguel menciona a "opção preferencial pelos pobres" dos Evangelhos. Quando tiver mais vagar vou tentar escrever umas coisas sobre o assunto. Contra, claro.
Tiago Cavaco |
posted by @ 10:59 da tarde |
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10 Comments: |
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Seria necessário prestar atenção ao que são os "pobres" no Evangelho; os apóstolos, por exemplo, na passagem sobre a entrada dos ricos no reino dos céus, não se consideram "pobres" e atemorizam-se com as palavras de Jesus. E essa teologia exclusiva de base materialista (mas ao contrário) sempre me fez muita (má) impressão: o Evangelho é mais para o Uganda do que para a Noruega?
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Essa agora... vou ficar à espera da descoberta que a Bíblia foi escrita para defesa do capitalismo liberal
":O))))
Já imagino qual seja a passagem da mulher que derrama o perfume e Cristo é acusado de não criticar porque o poderia vender aos pobres. Mas isso é apenas uma crítica à acédia, que não entende o prazer da mulher em receber o Salvador.
Agora o Novo Testamento com passagens a defender a virtude do carcanhol vai ser mesmo uma descoberta virtual ":O)))
Nem percebo qual o interesse em defender o que, já por si, se encontra numa situação de privilégio. Nesse caso havia gosto em denegrir os que não são poderosos nem estão acima dos outros. Era um evangelho às avessas. E esse já existe e é ideológico. Não precisa de vir agora piratear a Bíblia para se legitimar ainda mais.
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Esta também é uma diferença entre católicos e protestantes. No catolicismo os servidores não são hereditários. Não passam comendas aos descendentes.
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Claro, claro. As bem-aventuranças, por exemplo, são enxertos de monges comunistas medievais, que visavam subverter as palavras resignadas de Jesus Cristo. Tal como as passagens de Amós ou do profeta Isaías.
Mas tocaste no ponto certo, zazie. Parece-me que esta é a grande diferença entre católicos e protestantes.
CC
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Bom, não quero usurpar explicação ao Tiago, mas sempre posso ir opinando que a "opção preferencial" de Cristo não foi pelos pobres, foi pelos pecadores.
zazie
Não percebi essa dos servos hereditários.
Pedro Leal
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Como é óbvio, os Evangelhos não são nenhum manifesto de defesa da riqueza ou dos privilegiados.
O que eu disse foi apenas uma boca: ao menos os católicos sempre mantiveram o luxo nas igrejas e em todos os rituais litúrgicos. Porque, quando as coisas não vão para o lugar certo, não é a "pureza" e o desprendimento inicial "reformista" que se alcança, mas a transferência dessa riqueza dos templos, para as pessoas. E, não é preciso ir-se para os exemplos monásticos. A Igreja Católica sempre foi poderosa- mas eu prefiro o poder do “brilho do esplendor dos objectos” (de que falava o abade de Suger) à falsa pobreza de uma “garagem” evangélica, onde depois se defende por palavras o benefício e a virtude do carcanhol na algibeira.
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Como também é um enome disparate falar-se em comunismo a propósito da mensagem cristã. No máximo seria a social democracia, o regime político que, por comparação, se podia aproximar.
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Acho que os pobres nunca fizeram essa opção pelos pobres.
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Essa é que é essa, lá diria o outro. Cá espero de armas em punho, caro Tiago! ;) E a opção pelos pobres significa exactamente que Ele veio para salvar os pecadores.
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Seria necessário prestar atenção ao que são os "pobres" no Evangelho; os apóstolos, por exemplo, na passagem sobre a entrada dos ricos no reino dos céus, não se consideram "pobres" e atemorizam-se com as palavras de Jesus. E essa teologia exclusiva de base materialista (mas ao contrário) sempre me fez muita (má) impressão: o Evangelho é mais para o Uganda do que para a Noruega?