Por várias vezes, de diversas várias formas, incessantemente, o
MC aqui do Trento, tem pressionado estes católicos que por cá andam para se apresentarem. Não espiritualmente mas biograficamente, não sei se estão a ver. E, claro está, nós não temos passado cartão a esse dever de civilidade. Passo a explicar porquê: é coisa simples.
Enquanto que vocês parecem já se conhecer todos há uma data de anos e acabaram quase todos por vir parar à blogosfera, nós não. Nós encontrámo-nos apenas na dita cuja e, mesmo que nos tenhamos conhecido entretanto em almoços e jantares, continuamos saudavelmente desconhecedores uns dos outros. Aquilo que eles e também tu, Tiagus Cavacus, conhecem de mim é a minha faceta bloguística,
tout court, a qual infelizmente não é de modo nenhum a minha pior faceta. E reciprocamente: do
Carlos sei vagamente que é comuna, jurista e trabalha em Sintra; do
Rui sei que é arquivista de poemas e poeta de arquivos e que trabalha em algo ligado à Igreja; do
Timshel, a esse só lhe conheço a cara e a devoção por S.Josemaria e Hugo Chavez e sei que vive num país também anónimo, nem o nome dele sei nem ele quer que se saiba; do
Fernando, que há-de vir, sei que é um gajo porreiro e professor de Filosofia. Só do
Miguel Marujo sabemos um pouco mais pois ele é jornalista
com porta para a rua. Quanto ao Cbs, a esse nunca ninguém o viu, não se sabe o que faz, apenas se gosta muito do que ele
escreve. A
Terra da Alegria, esse lugar amável de onde todos viemos, assentou nessa base: unirmo-nos na escrita e pela escrita. Vocês compreenderão que a vastidão e solidez do respaldo ideológico fornecido pela Santa Madre nos poupa o sentido gregário. E que a evidência da nossa identidade irreleva a nossa biografia. Entrámos nisto como entramos aos domingos na missa - um de cada vez, anónimos, sem aguardar introdução, sem dar justificações.
Afinal, se esta coisa porventura se destina a mostrar as diferenças entre os católicos, evangélicos, luteranos, calvinistas, metodistas, anabaptistas, ortodoxos, maronitas, nestorianos, coptas e etc e tal, também é nestas pequenas merdas que elas se notam. Para mal dos nossos pecados, digo eu.
José
fico tão contente com as tuas palavras... mas o que interessa é só isto:
não sou ninguém.
não escrevo, copio.
o sentir religioso, em mim, não é esforço, nem sequer necessidade, é evidencia e esmagadora; a que por vezes me faço surdo.
o guia desse sentir é Jesus Cristo, é por ele que sou cristão, sem ele nada disto tem sentido.
Mas julgo que se não o tivesse encontrado, seria outro, talvez Buda, talvez Maomé, mas eu seria sempre religioso.
Quero no entanto dizer que sou católico essencialmente por respeito e tradição, amo a Igreja em que nasci; mas sou muito, muito crítico e blasfemante, o meu pensar é claramente protestante, e se eu xateasse muito, provávelmente era posto a andar pelos padres, com muita piedade, lol
mas se à superfície quebro tabús, no meu profundo sou um conservador :)
axo que é tudo sobre o cbs