Quem quer que, conhecendo o Antigo e Novo Testamento, leia o Corão, vê claramente o processo de redução da Revelação Divina que nele se efectuou. É impossivel não notar o afastamento daquilo que Deus disse de Si próprio, primeiro no Antigo Testamento por meio dos profetas, e depois de forma definitiva no Novo, por meio do Seu Filho. Toda esta riqueza da autorevelação de Deus, que constitui o património do Antigo e do Novo Testamento foi, de facto, posta de parte no Islamismo.
Ao Deus do Corão são dados nomes entre os mais belos conhecidos na linguagem humana, mas ao fim e ao cabo, é um Deus fora do mundo, um Deus que é apenas Majestade, mas nunca Emanuel, Deus-connosco. O Islamismo não é uma religião de redenção. Nele não há espaço para a Cruz e a Ressurreição. Jesus é mencionado, mas apenas como profeta preparando o último profeta Maomé. É recordada também Maria, Sua Mãe virginal, mas está completamente ausente o drama da redenção. Por isso, não apenas a teologia, mas também a antropologia do Islão é muito distante da cristã.
in João Paulo II, Atravessar o limiar da esperança, Planeta 1994, pág. 88 cbs
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É interessante pensar em como as coisas evoluiram em 12 anos. Hoje este comentário dum papa sobre o Alá muçulmano provocaria um banzé do caraças no Islão e mais ainda nesta Europa borrada de medo...