Não disse Flaubert que a felicidade é uma mentira; se afinal, temos de (nos) mentir para sermos felizes... Na lógica aristotélica, a hipótese pode parecer absurda: se amamos, não mentimos. Como podemos sequer pensar nisso? Amor e confiança são a mesma coisa.
Seja! Mas conjugar amor e verdade pode ser igualmente insustentável: qual a liberdade de um ser obrigado a viver sem privacidade? Se a autonomia é um dos direitos fundamentais do ser humano, será mais correcto exigir-lhe que renuncie a essa autonomia e não minta ou aceitar que exerça esse direito mentindo? E como respeitar o outro, se o ofendemos com a verdade?
P.S.: ando por aqui a postar convictamente uns disparates sobre este pecado venial, que achei melhor vir-vos confessar :) |