terça-feira, novembro 07, 2006 |
O Horizonte é vermelho |
Sou católico e de esquerda. O vermelho é por isso a cor com que aqui escreverei.
Ser católico e de esquerda é, para mim, uma e mesma coisa.
O Santo da minha devoção disse:
"Compreende-se muito bem a impaciência, a angústia, os inquietos anseios daqueles que, com uma alma naturalmente cristã, não se resignam perante a injustiça individual e social que o coração humano é capaz de criar. Tantos séculos de convivência dos homens entre si, e ainda tanto ódio, tanta destruição, tanto fanatismo acumulado em olhos que não querem ver e em corações que não querem amar! Os bens da Terra, repartidos entre muito poucos; os bens da cultura, encerrados em cenáculos... E, lá fora, fome de pão e de sabedoria; vidas humanas - que são santas, porque vêm de Deus - tratadas como simples coisas, como números de uma estatística! Compreendo e compartilho dessa impaciência, levantando os olhos para Cristo, que continua a convidar-nos a pormos em prática o mandamento novo do amor."
Ser católico e de esquerda, para mim é uma e a mesma coisa. Mesmo que, à primeira vista - e apenas à primeira vista, isto é, numa análise superficial -, isto possa não parecer concordante com o excerto seguinte de São Josemaria Escrivá:
"O Opus Dei não tem nenhuma orientação económica ou política(...). É certo que, movidos pela doutrina de Cristo, os seus sócios defendem sempre a liberdade pessoal, o direito que todos os homens têm a viver e a trabalhar, a ser protegidos durante a doença e na velhice, a constituir um lar e a trazer filhos ao mundo, a educar esses filhos de acordo com o talento de cada um e a receber um tratamento digno de homens e de cidadãos.
(...)
Nunca os directores da Obra podem impor um critério político ou profissional aos outros membros. Se algum vez um sócio do Opus Dei tentasse fazê-lo, ou servir-se dos outros sócios para fins humanos, seria expulso sem contemplações porque os outros se revoltariam legitimamente.
Nunca perguntei, nem perguntarei, a nenhum sócio da Obra de que partido é ou que doutrina política defende, porque isso me parece um atentado à sua legítima liberdade. E o mesmo fazem os directores da Obra em todo o mundo.
Sei contudo que entre os sócios da Obra (...) há de facto grande variedade de opiniões, e nada tenho a dizer em contrário. Respeito-as todas, como respeitarei qualquer opção temporal tomada por um homem que se esforça por actuar segundo a sua consciência.
Esse pluralismo não constitui um problema para a Obra. Pelo contrário, é uma manifestação de bom espírito, que patenteia a legítima liberdade de cada um."
timshel
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posted by @ 12:54 da tarde |
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5 Comments: |
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Ó Tim Shel, get with the program e usa a mesma cor dos outros católicos. Isto não é nenhuma parada gay.
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realmente... ainda não chegámos à Opus Gay
":O))))
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Muito verdinho. Muito moderno este teu santo. Um santo com menos de 1000 anos em cima não é santo de grande confiança...
Não há por aí devotos de santos mais arcaicos?
fónix! é só modernices
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um dos episódios mais caricatos que me lembro ocorreu com um velhote meu vizinho, homem profundamente conservador e católico com quem falo de vez em quando
um dia São Josemaria Escrivá veio à baila e quando lhe manifestei a minha devoção pelo Santo, o homem ficou furibundo
disse que tinha sido uma coisa miserável, tantos santos à espera na fila há tantos anos e aparece este paraquedista vindo não se sabe bem donde nem aos ombros de quem e ultrapassou-os todos, naquilo que ele considerou "um golpe desleal"
é que a antiguidade é um posto
eu ri-me (o homeme já tem uma certa idade e o respeito indicava-me que o devia ouvir com simpatia)
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ahahaha Podes crer. Até estava com vontade de te dedicar o S. João da Cruz pelo Bill Viola
":O)))
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Ó Tim Shel, get with the program e usa a mesma cor dos outros católicos.
Isto não é nenhuma parada gay.